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Acampamento dos bilionários, nova corrida do ouro e faculdade de Bets
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MUNDO
Nova edição do “Acampamento dos bilionários”

O Allen & Co. Sun Valley Conference, realizado anualmente em Idaho, é conhecido como o “acampamento dos bilionários” — um retiro exclusivo que reúne CEOs e executivos de destaque dos setores de tecnologia, mídia e finanças.
Criado em 1983, o evento ocorre em um hotel de luxo nas montanhas e serve como palco para negociações discretas e estratégicas. Ao longo dos anos, foi cenário de movimentos históricos, como a aquisição da ABC pela Disney e a fusão entre a Comcast e a NBCUniversal. Apesar da atmosfera descontraída e da estética que remete a um clube de golfe sofisticado, o encontro antecipa tendências e revela as principais preocupações e apostas dos líderes globais.
Na edição deste ano, os temas em foco incluem inteligência artificial, sucessão na Disney, cenário político dos Estados Unidos e até questões de defesa nacional. A movimentação já começou intensa: mais de 160 jatos particulares pousaram em Sun Valley apenas na terça-feira, dobrando o tráfego aéreo da pequena cidade. Entre os presentes estão nomes como Sam Altman e Ivanka Trump. No entanto, o principal destaque fica por conta do reencontro entre Altman e Mark Zuckerberg — o primeiro diálogo entre os dois desde o aumento das tensões causadas pela acirrada disputa por talentos entre a OpenAI e a Meta.
BRASIL
Brasil se aproxima da metade mais pobre do mundo em PIB per capita

O Brasil está cada vez mais próximo da metade inferior do ranking global de PIB per capita, de acordo com as projeções mais recentes do FMI.
Atualmente, o país ocupa a 87ª posição entre as nações com dados disponíveis sobre o PIB per capita em paridade de poder de compra — indicador que ajusta a renda ao custo de vida local. A distância para o grupo com os piores desempenhos vem diminuindo: hoje são apenas nove posições de diferença, número que deve cair para seis até 2030. No início dos anos 2000, essa diferença era de 21 colocações, o que evidencia uma deterioração contínua.
Além do declínio no ranking geral, o Brasil também apresenta desempenho inferior ao de países em situação comparável. Em 2024, o PIB per capita médio das economias emergentes equivale a 78% do brasileiro; segundo o FMI, essa proporção deve chegar a 82% até 2030.
Para efeito de comparação, em 1980 os emergentes produziam, em média, apenas 31% da renda per capita brasileira. Enquanto isso, países como Coreia do Sul, Polônia, Turquia e China registram avanços significativos.
Um dado emblemático: em 1991, o brasileiro produzia o equivalente a um sul-coreano — hoje, gera menos da metade.
CEARÁ
Ceará foi o único estado a alcançar o Nível 5 em crianças alfabetizadas na idade certa

O Ceará se destacou nacionalmente ao ser o único estado brasileiro a atingir 85,3% de crianças da rede pública alfabetizadas na idade certa em 2024. Segundo dados do Indicador Criança Alfabetizada (ICA), divulgados pelo Ministério da Educação (MEC), o estado foi o único a alcançar o Nível 5 — faixa que representa resultados superiores a 80%.
Em contraste, a média nacional ficou em 59,2%, número que, embora superior ao de 2023 (56%), ainda não atingiu a meta estabelecida para 2024, que era de 60%.
De acordo com o Governo do Ceará, o desempenho é fruto direto da cooperação entre o estado e os municípios, especialmente por meio do Programa Aprendizagem na Idade Certa. Em escala nacional, o ministro da Educação, Camilo Santana, ressaltou que cerca de 60% dos municípios brasileiros apresentaram avanços em seus indicadores em relação ao ano anterior.
Para ele, os dados refletem o fortalecimento da articulação entre União, estados e municípios na promoção da alfabetização na idade adequada.
TECNOLOGIA
A “Nova Corrida de Ouro” da tecnologia é em busca de pessoas

O Google, empresa controlada pela Alphabet, firmou recentemente um acordo de US$ 2,4 bilhões com a startup de inteligência artificial Windsurf.
O contrato prevê o licenciamento não exclusivo da tecnologia desenvolvida pela startup, além da contratação de seu CEO, Varun Mohan, e de outros engenheiros, que passarão a integrar a divisão DeepMind. A operação segue o modelo conhecido como acquihire, no qual não há aquisição acionária da empresa, mas sim a incorporação de talentos e know-how estratégico.
Essa movimentação reforça a crescente disputa por profissionais altamente qualificados no Vale do Silício. Em um cenário de acirramento na corrida por talentos, empresas como a Meta vêm investindo pesado para atrair especialistas: recentemente, a companhia adquiriu 49% da Scale AI por US$ 14 bilhões e tem oferecido pacotes de até US$ 100 milhões a executivos da OpenAI, Apple e até mesmo do Google.
A chamada "nova corrida do ouro" da tecnologia parece se concentrar na engenharia de ponta — e, nesse contexto, contar com os melhores times técnicos pode ser o diferencial decisivo.
ECONOMIA
O novo alvo é o Estreito de Magalhães

Enquanto o Canal do Panamá enfrenta secas históricas que comprometem sua operação, o Estreito de Magalhães, no extremo sul da América do Sul, tem ganhado relevância como rota alternativa entre os oceanos Atlântico e Pacífico — e como novo foco de disputas geopolíticas.
A crescente importância da região está diretamente ligada ao acesso estratégico à Antártida, onde China e Rússia já mantêm mais de 15 bases científicas e demonstram interesse pelos recursos naturais do continente. Diante desse cenário, os Estados Unidos intensificaram sua presença: apenas nos últimos dois anos, generais americanos visitaram o sul da Argentina três vezes, sinalizando preocupação com o avanço de adversários na região.
A China, por sua vez, tem ampliado seus investimentos em infraestrutura no Cone Sul, incluindo projetos — ainda não concretizados — de construção de um porto de grande porte na Argentina. No entanto, os avanços diplomáticos esbarram em obstáculos históricos e internos. Com o tráfego marítimo aumentando e a Antártida no horizonte estratégico, o chamado “fim do mundo” pode estar prestes a se tornar o novo centro da disputa por influência global.
EXTRA
Estudantes brasileiros deixam de ir para faculdade para apostar nas Bets

Quase 1 milhão de jovens brasileiros correm o risco de não ingressar na faculdade este ano por um motivo surpreendente, mas cada vez mais comum: os gastos excessivos com apostas online.
Uma pesquisa realizada com mais de 11 mil pessoas, entre 18 e 35 anos, revelou que um terço dos entrevistados adiou o início da graduação em 2025 devido ao dinheiro investido em plataformas de apostas — percentual que chega a 44% no Nordeste e 41% no Sudeste. O impacto, no entanto, não se limita aos que ainda planejam entrar na universidade: 14% dos estudantes já matriculados relataram atrasos nas mensalidades ou trancamento do curso por dificuldades financeiras causadas pelo vício em apostas.
Jogos como o Fortune Tiger se tornaram símbolo desse comportamento, especialmente entre jovens das classes D e E. Segundo o estudo, 43% afirmam que só conseguiriam estudar se deixassem de apostar, enquanto 45% já gastam mais de R$ 350 por mês com jogos — um salto em relação aos 31% registrados em 2024.
Além das consequências financeiras, o vício também afeta a vida social e a saúde: 28% deixaram de sair com amigos para apostar, e 24% abandonaram a academia pelo mesmo motivo. O perfil mais recorrente é o de homens entre 26 e 35 anos, com emprego e filhos, que apostam até três vezes por semana.
RECADO DA LIBERDATA
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